26/04/2009

PRIVATE LIVE MIX | Macacos sociais

Amigos dos macacos e outros bichos musicais. Ontem, sábado 25, rolou o tal PRIVATE LIVE MIX na caverna dos macacos. Foi mais interessante do que imaginamos. Vieram pessoas que nunca tinham nos visto tocar antes. Algumas devem ter saído horrorizadas, outras acho que voltarão num próximo Private Live Mix.

O saldo da noite foi: dezenas de garrafas de Bohemia e Original, pizza e dois setmix bem legais que dividimos aqui com todos.
Comentei o setmix 1 e o @chicorasia o 2, depois fazemos um cruzado de comentários. Podem comentar e baixar à vontade, está tudo na last.fm e no Soundcloud.

As imagens e o complemento desse post o @chicorasia coloca depois.

A macacada agradece a todos que apareceram e aos que quiseram mas não puderam vir. Em breve tem mais.



19/04/2009

Retro-Acid-Monkey? Setmix 10 de 2009

A idéia era reinterpretar algumas cenas antigas, das nossas primeiras gravações. O resultado foi um setmix sem frescura, tijolada do começo até o fim.



E pra quem quiser comparar, a gravação original de agosto de 2008.



Assista, comente, baixe o set, espalhe.

13/04/2009

LLM Sessions

Na toca dos macacos o coelhinho da páscoa não entra. Continuamos desenvolvendo a técnica de interferência com o áudio dos clipes de vídeo nesse setmix que é, com certeza, nossa gravação mais redonda até agora.

A idéia era publicar só os primeiros dez minutos do vídeo... mas ficou tão bom que resolvi postar o clipe inteiro, em 3 partes. O set é um pouco mais longo, com 44 minutos. 

Assista, baixe o set, divirta-se, compartilhe.








10/04/2009

Control Monkey

Trigger Finger, MD-P1-S, axiom 25. Quem acompanha o blog já deve estar cansado de ver esses três nomes. Mas, afinal, pra que servem essas maquininhas? Se o Loop Le Monkey executa áudio e vídeo a partir de programas de computador, o teclado e o mouse não deveriam ser mais que suficientes?

Para entender minha paixão por esse lado altamente técnico da performance, vamos olhar com um pouco mais de atenção para dois conceitos, cibernética e interface e, por fim, estudar em mais detalhes os diferentes modos de controle.

1. cibernética

O que raios a cibernética e a teoria dos controles tem a ver com música?

Essas duas disciplinas complementares procuram compreender como sistemas fechados se comportam e se regulam, através do fluxo de informação entre seus componentes. Basicamente, as saídas de um sistema são medidas, comparadas com um valor de referência e os valores de entrada são regulados para que as saídas fiquem dentro dos valores desejados.


Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Feedback_loop_with_descriptions.svg


Mas o interessante é entender que esse controle é feito através de informação, e não através da ação direta sobre a saída do sistema. Vou tentar esclarecer: quando eu controlo vídeos, eu não manipulo os vídeos diretamente, mas sim um pedaço de informação (um valor numérico MIDI) que é interpretado pelo software que, então, manipula o arquivo de vídeo.

(Em última instância, o software não manipula o vídeo tanto quanto manipula os zeros e uns do arquivo digital que serão, então, convertidos em pixels, os pixels em pulsos eletromagnéticos com valores de cor e luminância enviados para o projetor, que os converte em fótons que são finalmente projetados sobre a tela...)

Viagem? Sim, sem dúvida.

Mas entender como a informação é capaz de agir sobre todos os sistemas, vivos e não vivos, foi uma descoberta revolucionária; em "O rio que saía do Éden", Richard Dawkins argumenta que o DNA foi a maneira que a natureza encontrou para codificar e replicar informação bilhões de anos antes que fosse desenvolvida a linguagem.

Agora que entendemos que é possível controlar objetos através de informação ao invés de agir diretamente sobre eles, surge uma nova possibilidade: converter uma forma de informação em outra. Para isso existem as interfaces.

2. interfaces

Interface homem-máquina, interface de software, multi-touch interface. O termo vem sendo usado com tanta frequência que quase está perdendo o sentido. Do dicionário:

in•ter•fa•ce / noun / (Computing) a device or program enabling a user to communicate with a computer.


Essa é uma boa definição. Mas, para o caso do LLM, não é suficiente. Afinal, teclados, mouses e monitores são interfaces homem-máquina, e descobrimos progressivamente que esses dispositivos não são os mais eficientes para nosso trabalho.

Uma interface é um dispositivo capaz de transformar um tipo de informação em outro, compreensível pelo sistema sobre o qual se pretende agir para se obter o resultado de saída desejado.

Fótons sobre a tela de projeção em muito diferem da posição de um controlador rotatório. Mas, para nós, é muito mais fácil manipular um controlador rotatório, um botão, um pad do que tentar controlar fótons ou ondas sonoras. Enfim, o que eu quero dizer é que somente através da manipulação da informação é possível produzir o resultado de música ou de vídeo.

3. as interfaces em detalhes

As superfícies de controle que o Loop Le Monkey utiliza atualmente são um Trigger Finger, um Axiom 25 (ambos da m-audio) e um MD-P1-S da Edirol/Roland. O primeiro é usado em conjunto com o Ableton Live para a performance de música, e os outros dois são usados com o motiondive para a performance de vídeo. Naturalmente, usamos ainda os teclados e mouses dos notebooks, mas somente como complemento.

3.1 pad


Os pads sensíveis à pressão enviam informações de nota musical e velocidade (ou pressão); sua função básica é iniciar loops, ligar e desligar efeitos (um controle do tipo ligado-desligado) no Ableton Live.

Já os valores de pressão são usados com o Loop Bender, uma maneira que nós inventamos para manipular clipes de vídeo. Esse controle é altamente dinâmico e sensível e, aplicado aos vídeos, acaba com qualquer noção de temporalidade e linearidade. Sergei Eisenstein adoraria.

3.2 rotatórios



Os controladores rotatórios são excelentes para a manipulação de valores incrementais: volume dos canais de áudio, equalização de cor, ponto de início e fim de clipes de vídeo, valores que podem ou precisam ficar fixos por algum tempo.

Também são usados para navegação (escolher plugin de vídeo no motiondive, por exemplo).

3.3 sliders / crossfader

Os sliders fazem quase as mesmas funções que os rotatórios, mas são uma representação visual mais direta da posição e do valor do controle sobre o qual atuam. Usamos para manipulação de efeitos de áudio, basicamente.



Já o crossfader é específico do MD-P1-S. Quem já mexeu com discotecagem sabe exatamente o que ele faz. Em análise mais aprofundada, um crossfader é uma variação do slider, adaptado para a escolha entre os extremos de uma escala de valores.

3.4 botões

Simples controles de ligado-desligado, sem sensibilidade à pressão. Usados principalmente para o disparo de clipes e controles de efeitos.

3.5 teclas

As teclas brancas e pretas (como as de piano) produzem valores de nota musical, velocidade e, no caso do axiom, pressão (controle aftertouch). São muito versáteis, podendo ser usadas para o disparo de clipes, controle de canais de áudio e, é claro, para a composição musical.



Como vimos, não há mais que meia dúzia de modos de controle. Mas a distribuição física desses controles (bidimensional, tridimensional), a percepção tátil da posição de cada botão e rotatório (e eis aqui o meu ceticismo com as supostas interfaces touchscreen, que eu prefiro chamar de lookbutton) e a fineza de controle que se obtém com essas interfaces permite a conversão muito mais direta da informação.

Forma-se aí um loop fechado de informação, cérebro > mãos > controle > software > saída > olhos e ouvidos > cérebro, que em cada iteração altera o output do sistema e cada output do sistema leva à mudança dos inputs, em um processo orgânico de performance que somente é possível através da simbiose entre homem e máquina.



05/04/2009

Loop Le Monkey 449

...mas bem que podia ser 666. Abriram-se os portões do inferno audiovisual e macacos flamejantes invadiram a Terra.

Continuamos na nossa pesquisa de integração entre o áudio dos loops de vídeo, e o set montado no live. Ainda não encontrei a fórmula exata, mas estamos melhorando. Assista, baixe os sets e espante os vizinhos chatos.



E pra arrematar o domingo, um clássico do Emergency Broadcast Network. Pensar que esses caras faziam tudo isso usando equipamentos analógicos me faz perceber como as coisas são mais fáceis hoje...

Macacos comentam sobre as músicas.

Resolvi ampliar o uso do Soundcloud pra subir as músicas, ele tem funções bem mais interessantes do que a last.fm, poder fazer comentários e integrar-se ao twitter é o que mais gosto. Ouçam e comentem. Se gostarem baixem e espalhem. Valeu.
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